quinta-feira, 18 de agosto de 2011

No Confessionário



Zé: -Benção padre.
Padre: -Deus o abençoe meu filho.
Zé: -Padre, o Sr. lembra do João pintor?
Padre: -É claro meu filho.
Zé: -Pois é padre, o João veio a falecer.
Padre: -Que pena, morreu de quê?
Zé: -Moro numa rua sem saída e minha casa é a última. Ele desceu com  o carro e bateu no muro lá de casa.
Padre: -Coitado, morreu de acidente.
Zé: -Não, ele bateu com o carro e voou pela janela, caiu dentro do meu quarto e bateu a cabeça no meu guarda roupa de madeira.
Padre: -Que pena, morreu de traumatismo craniano.
Zé: -Não padre, ele tentou se levantar pegando na maçaneta da porta que se soltou e ele rolou escada abaixo.
Padre: -Coitado, morreu de fraturas múltiplas.
Zé: -Não padre, depois de rolar a escada ele bateu na geladeira, que caiu em cima dele.
Padre: -Que tragédia, morreu esmagado.
Zé: -Não, ele tentou se levantar e bateu as costas no fogão, a sopa  que estava fervendo caiu em cima dele.
Padre: -Coitado, morreu desfigurado.
Zé: -Não padre, no desespero saiu correndo, tropeçou no cachorro e  foi direto na caixa de força.
Padre: -Que pena, morreu eletrocutado.
Zé: -Não padre, morreu depois de eu dar dois tiros nele.
Padre: -Zé, você matou o João?
Zé: -Claro, o filho da puta tava destruindo minha casa

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