quarta-feira, 13 de abril de 2011

A CONFISSÃO DO ZÉ

Zé:     Bença padre.

Padre:  Deus o abençoe meu filho.

Zé:      Padre, o sr. lembra do João pintor?

Padre:  É claro meu filho.

Zé:     Pois é Padre, o João veio a falecer.

Padre:  Que pena, morreu de quê?

Zé:     Olha, Padre. Eu moro numa rua sem saída e minha casa é a última. Ele desceu com o carro e bateu no muro lá de casa.

Padre:  Coitado, morreu de acidente.

Zé:     Não, ele bateu com o carro no muro e voou pela janela. Caiu dentro do meu quarto e bateu a cabeça no meu guarda-roupa de madeira.

Padre:  Que pena, morreu de traumatismo craniano.

Zé:     Não Padre, ele tentou se levantar pegando na maçaneta da porta que se soltou e ele rolou escada abaixo.

Padre:  Coitado, morreu de fraturas múltiplas.

Zé:     Não Padre, depois de rolar a escada ele bateu na geladeira, que caiu em cima dele.

Padre:  Que tragédia, morreu esmagado.

Zé:     Não, ele tentou se levantar e bateu as costas no fogão que tombou derramando a sopa que estava fervendo em cima dele.

Padre:  Coitado, morreu queimado.

Zé:     Não Padre, no desespero saiu correndo, tropeçou no cachorro e foi direto na caixa de força.

Padre:  Que pena, morreu eletrocutado.

Zé:     Não Padre, morreu depois d'eu dar dois tiros nele.

Padre:  Filho, você matou o João?

Zé:     Uai, o filho da puta tava destruindo a minha casa!!!...

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